Os gregos inegavelmente nos deixaram um legado riquissimo em questão de cultura e sabedoria. No seu período clássico entre os séculos V e IV a.C vimos surgir a filosofia com os pré-socráticos, a democracia de Péricles, o teatro e as tragédias gregas com Sófocles e Eurípedes, a invenção da moeda, a lei escrita com seus legisladores Drácon, Sólon e a política (palavra originada de outra palavra grega pólis que quer dizer cidade-estado). Daí deriva também a noção de cidadania, ou seja, cidadão é o habitante da cidade (pólis), mas que, segundo o modelo ateniense, para obter a cidadania precisava ser homem adulto nascido em Atenas e livre. Sabemos que Atenas possuía cerca de meio milhão de habitantes, dos quais trezentos mil eram escravos e cinquenta mil metecos (estrangeiros); excluídas ainda as mulheres e as crianças, apenas 10% do corpo social tinha o direito de decidir por todos, e era considerado cidadão. Os outros 90% eram os não-cidadãos composto por mulheres, escravos e estrangeiros.
No campo filosófico, esse período viu nascer grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles.
Sócrates é o filósofo que introduz a discussão ética e não cosmológica como fizeram os pré-socráticos. "Conhece-te a ti mesmo" e "Só sei que nada sei" são suas máximas. Platão, cujo nome verdadeiro era Aristocles, era descendente direto dos fundadores da cidade de Atenas de família aristocrática defendia o governante da pólis deveria ser um Rei-filósofo. Sua obra mais famosa na área de filosofia política é A República onde cria uma cidade ideal com justiça e uma educação sob a responsabilidade do Estado. Mas essa obra é criticada por se tratar de uma utopia. Já Aristóteles (384-322 a.C), discípulo de Platão, considera essa utopia impraticável. A reflexão aristotélica sobre a política não se separa da ética, pois a vida individual está imbricada na vida comunitária. Na sua obra Ética a Nicômaco, conclui que a finalidade da ação moral é a felicidade do indivíduo, mas também indissociavelmente a política tem por fim organizar a cidade feliz. Portanto, para os gregos antigos ética e política andam juntas, não se separam porque o bom político é necessariamente ético e vice-versa. Essa visão perdurará até o início da modernidade, mas que será contestada e modificada pelo pensamento de Nicolau Maquiavel, na sua famosa obra O Príncipe. Mas essa passagem do pensamento grego político para o maquiavelismo nós estudaremos nos próximos capítulos.
Questões para reflexão:
Qual a relação existente entre pólis e política?
Qual a contribuição dos sofistas para a formação do pensamento político grego?
Por que Sócrates, depois de ser condenado a pena de morte pelo tribunal ateniense acusado de corromper a juventude e introduzir novos deuses em Atenas, não fugiu conforme o plano de Platão?
Por que Platão criticava a democracia?
Qual a sua idéia principal sobre o bom governo ou o governo ideal? Em que obra ele defende essa idéia?
Aristóteles, na sua obra Política, analisa as constituições das principais cidades e também analisa as formas de governo. Qual forma de governo seria mais adequada, segundo Aristóteles?
Qual a relação existente entre ética e política para Aristóteles?
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