sábado, 22 de maio de 2010

Neotribalismo e a cultura das redes

ARTIGO




Neotribalismo e a cultura das redes



O sociólogo michel Maffesoli: defesa da Internet e suas redes sociais, formando novos modos de interação através de gostos e símbolos e diversas expressões identitárias

22/5/2010



O sociólogo Michel Maffesoli esboça uma nova forma de estar no mundo, onde as pessoas se organizam em tribos e não mais em agrupamentos contratuais


Em cada época vemos o predomínio de uma sensibilidade, uma forma de relacionar-se com os demais. Essa é a ideia de um dos grandes teóricos pós-modernos, o francês Michel Maffesoli. Para o sociólogo, com a saturação dos rígidos valores da modernidade e a desfragmentação de verdades absolutas, instaurou-se uma nova forma de sociabilidade, a que Maffesoli define como "neotribalismo".



Em "O tempo das tribos" (1998), Maffesoli afirma que na contemporaneidade estamos elaborando um novo "estar-junto", onde os indivíduos se reúnem de acordo com suas afinidades e interesses dentro de microtribos ou "comunidades emocionais" que tem como elo o afeto e a emoção, tal como explica o sociólogo: "Ao contrário do contrato com seu aspecto racional, está se constituindo uma outra maneira de ser, uma outra forma de socialidade. Essa outra maneira de ser vai reinvestir os elementos que a análise social tinha deixado de lado: o emocional e o afetivo".



Ao contrário da "função" desempenhada por indivíduos, que sugere uma ideia utilitarista, em que o homem realiza um dever, Maffesoli esboça uma outra forma de estar no mundo. Para ele, na contemporaneidade os indivíduos passam a ter um "papel", são pessoas que se organizam em tribos de afeto e já não mais em agrupamentos contratuais. Esta seria a principal diferença entre a estrutura mecânica da modernidade e a estrutura orgânica pós-moderna.



Enquanto a lógica individualista descansa sobre uma mentalidade que sugere a separação e uma postura fechada em si mesma, a pessoa nesta estrutura orgânica tem valor a partir da sua relação com os demais. As tribos pós-modernas crescem sobre o pilar da indiferenciação, do sujeito coletivo e da extensão do "eu". Os encontros nessa "cultura do sentimento", acontecem sobretudo de forma empática, em que os indivíduos buscam novas formas de solidariedade, de partilhar sentimentos de uma forma que não conseguiram em instituições formais.



A Internet através de suas redes sociais, chats e fóruns, por exemplo, poderia traduzir um pouco a ideia defendida por Maffesoli. Através das "comunidades" e "grupos de interesses" na rede criam-se microtribos que partilham dos mesmos gostos e símbolos e encontram nesses canais espaços para compartilharem suas expressões identitárias. Ao contrário de destacados pensadores contemporâneos como Paul Virilio ou Jean Baudrillard, por exemplo, que vêm as novas tecnologias como instrumentos de desenraizamento e isolamento social, Maffesoli percebe de forma positiva a socialização através da Internet.



Para ele, o próprio meio tem mostrado que não vivemos isolados: as pessoas vivem atualmente conectados a redes, através da grande malha da Internet. Deste modo, o individualismo seria uma maneira falsa de encarar a pós-modernidade.



Maffesoli defende o domínio do imaginário sobre da técnica e afirma que este é alimentado por tecnologias e não por acaso o termo encontra grande repercussão neste momento histórico de intenso desenvolvimento tecnológico: "Internet é uma tecnologia da interatividade alimentada por imaginários. Existe um aspecto racional, utilitário, mas isso representa apenas uma parte deste fenômeno. O mais importante é a relação, a circulação de signos, as relações estabelecidas".



A sua defesa por artefatos tecnológicos e mais precisamente a Internet vai além. Para ele, os principais críticos da Internet não o surpreendem ao manter essa postura, uma vez que a Internet e as novas tecnologias de comunicação multiplicam imagens e produz algo que não é racional e mensurável. Para ele, trata-se da oposição típica moderna ao que não pode ser dominado pelo cérebro, pela razão. Maffesoli assume uma visão mais generosa de mundo e defende que, por trás de tudo, há sempre algo de maravilhoso.



Doutoranda em Comunicação Audiovisual - Universidade de Salamanca

literaturaeautoria@hotmail.com


ANA CAROLINA SAMPAIO COELHO

ESPECIAL PARA O CADERNO 3


Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=788660 Acesso em: 22/maio/2010

QUESTÕES PARA DEBATE:

1. Você concorda com o sociólogo Maffesoli, quando defende uma nova forma de estar no mundo, onde as pessoas se organizam em tribos e não mais em agrupamentos contratuais? Justifique.

2. O que Maffesoli chama de "neotribalismo"?

3. Ao contrário de outros pensadores Maffesoli defende uma nova forma de estar no mundo diferente do individualismo. A que ele está se referindo?

4. Por que ele defende a internet com suas redes sociais, chats e fóruns como positivo nas relações contemporâneas diferente daqueles que a encaram como causador de um isolamento social?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Senado aprova ‘Ficha Limpa’

O texto aprovado por unanimidade vai à sanção do presidente Lula e pode valer já para as eleições deste ano




Brasília O Senado aprovou no início da noite de ontem o projeto Ficha Limpa, que impede a candidatura de pessoas com problemas na Justiça.



O texto, que recebeu voto favorável de todos os 76 senadores presentes, vai à sanção do presidente Lula e pode valer já para as eleições deste ano.



Tanto governistas como oposicionistas concordaram que a proposta não é “perfeita” nem “acabada”, mas concordaram emvotar o texto sem emendas porque ele “representa um passo importante na moralização da política do País”.



Se houvesse alteração, o projeto voltaria à Câmara, o que diminuiria as chances de entrar em vigor neste ano.



Como a pauta do Senado está trancada por medidas provisórias, o primeiro-vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), que ocupa interinamente a presidência da Casa porque José Sarney (PMDB-AP) está nos EUA, abriu uma sessão extraordinária para analisar a matéria, atendendo a uma questão de ordem do PSDB.



O plenário aprovou também a inversão da pauta para antecipar a votação da proposta.



A senadora Marina Silva (PV-AC), que estava licenciada para se dedicar à pré-candidatura à Presidência da República, voltou ontem ao Senado para participar da aprovação do Ficha Limpa e do reajuste de 7,72% das aposentadorias de quem ganha acima de uma salário mínimo.



O projeto Ficha Limpa aprovado pelo Congresso é resultado de iniciativa popular com 1,6 milhão de assinaturas.



A nova lei prevê tornar inelegível aqueles que tenham sido condenados por decisão colegiada da Justiça (por mais de um juiz), mas estabelece o chamado efeito suspensivo, também em caráter colegiado. Fica permitido ainda um recurso a outro órgão colegiado de uma instância superior para que se obtenha uma espécie de ‘autorização” para registrar a candidatura. Pela legislação atual, o candidato só fica inelegível quando não existir mais a possibilidade de nenhum recurso.



O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, entrou com um questionamento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre a validade da lei já para as eleições deste ano. O tribunal ainda não se pronunciou a respeito.



O projeto Ficha Limpa já havia sido aprovado, na tarde de ontem, por unanimidade, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).



A votação havia sido simbólica e os senadores mantiveram o mesmo texto aprovado na Câmara dos Deputados.



APÓS VOTAÇÃO

Governo e oposição satisfeitos



Brasília Após a votação do projeto Ficha Limpa em sessão extraordinária que durou cerca de quatro horas, governo, oposição e movimentos sociais saíram satisfeitos.



O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) estimou que cerca de 25% dos futuros candidatos devem ser barrados com a nova lei. ´Eu acredito que o número vai ser muito grande, pelo menos um em cada quatro, porque tem muita gente acostumada a praticar irregularidades e o leque de crimes que passam a provocar inelegibilidade se amplia muito´, disse o democrata.



O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), disse que o texto "ainda precisará ser aperfeiçoado no futuro, porque ainda é muito genérico, pode cometer injustiças e não pegar quem tem que pegar. Mas é um avanço, sem dúvida", destacou Jucá.



Quem também ficou satisfeito foi o secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa.



Para o bispo, que dirige uma das instituições que promoveram o projeto, a nova lei vai inibir os criminosos. "Ao recorrer, o recurso ganhará prioridade para ser julgado. Então, se o candidato tiver culpa no cartório, ele vai preferir cumprir os trâmites normais da justiça e abrir mão da eleição, porque se recorrer ele pode ser preso´.



Ainda segundo dom Dimas, a expectativa é que a nova lei abra precedentes para que a ética no trato com as coisas públicas se amplie.
 
 
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=787785. Acesso em: 20.05.2010

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estado Moderno

Segundo Max Weber, "Estado é a instituição política que, dirigida por um governo soberano, reinvidica o monopólio do uso legítimo da força física em determinado território, subordinando os membros da sociedade que nele vivem".
Que outros conceitos temos do Estado?
Como se dá a relação entre os poderes do Estado?
Como o poder é exercido para dominação das etnias?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

AS FORMAS DA ALIENAÇÃO MORAL

Temas relacionados com a questão da alienação moral:
- O indivíduo contemporâneo e a recusa do outro;
  . Individualismo, Narcisismo e Niilismo;
  . Pluralismo, racismo e xenofobia.
- A tecnologia como mediadora da subjetivação do indivíduo moderno;
- As condutas massificadas na sociedade contemporânea:
  . A indústria cultural e o consumismo;
  . A globalização;
- Hedonismo, Relativismo;
- Multiculturalismo (europeu, indígena, afro-brasileiro);
- Identidades Culturais na Pós-Modernidade;
- Identidade, subjetividade e gênero;
- Corporeidade.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Projeto Construção Compartilhada da Cidadania EEFM Noélia Alencar

O Projeto construção Compartilhada da Cidadania tem o objetivo de resgatar nas comunidades escolares os valores necessários para uma maior conscientização política e social e disseminar entre as escolas cearenses informações sobre assuntos como direitos do consumidor, preservação do meio ambiente e cidadania.
Em 2009, os alunos do 3º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Liceu de Caucaia participaram desse projeto por iniciativa do Professor Evando. Na ocasião o Dep. Estadual Augustinho Moreira foi até a escola e falou sobre a cidadania. No segundo momento, os alunos foram visitar a Assembléia Estadual do Ceará.
Em 2010, os alunos do 3º ano do Ensino Médio da Escola de Ensino Fundamental e Médio Presidente José Sarney também foram inscritos no projeto e visitaram no dia 20 de abril a Assembléia Legislativa.
Ainda em 2010, os alunos do 3º e 2º anos do Ensino Médio da Escola de Ensino Fundamental e Médio Noélia Alencar também foram inscritos pelo professor Evando para participar do projeto para visitar a Assembléia no dia 23 de junho de 2010.
Visite nosso blog e veja as fotos das escolas participantes.