quinta-feira, 31 de março de 2011

quarta-feira, 30 de março de 2011

sexta-feira, 25 de março de 2011

Redenção celebra libertação dos escravos



Os eventos que lembram 128 anos de libertação dos escravos em Redenção estão marcados para hoje à tarde na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira

Há 128 anos, os escravos eram libertados em Redenção, no Maciço de Baturité. A localidade se tornava a primeira da então província do Império a abolir a escravidão. A data será lembrada hoje com vários eventos promovidos pela Prefeitura e Universidade da Integração Internacional da Lusofania Afro-Brasileira (Unilab), entre eles, o lançamento do livro didático “Descobrindo e Construindo Redenção História e Geografia”, das Edições Demócrito Rocha.

A solenidade de lançamento está marcada para às 14h30min, no Campus da Liberdade da Unilab, que fica na avenida da Abolição, entrada da cidade. Durante os festejos, também será comemorada a conquista do Selo Educação pela Igualdade Racial, concedido pelo Ministério da Educação (MEC) ao município.

Estarão presentes prefeitos da região, autoridades ligadas à Universidade Federal do Ceará e Unilab. Também participará o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny. Ele vai proferir palestra sobre “Educação: Formação para a Liberdade”. Às 17 horas, estão programadas atividades culturais na Praça da Liberdade.

O livro “Descobrindo e Construindo Redenção História e Geografia”, escrito pelo historiador e pesquisador da cultura negra do Ceará, Hilário Ferreira e pelas geógrafas Marisa Ribeiro e Ana Emília Maciel, destina-se aos alunos do Ensino Fundamental I. Será distribuído nas escolas da rede municipal para estudantes do 4º e 5º anos. Conta a história e aborda questões geográficas de Redenção partindo da ideia de que homens, mulheres e crianças são sujeitos da história e das transformações do ambiente em que vivem.

A programação festiva de hoje inclui também a doação à Unilab e à Prefeitura do município da Coleção História Geral da África, pelo Representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, que será entregue ao reitor Paulo Speller, da Unilab.

Onde

ENTENDA A NOTÍCIA

Redenção, município localizado no Maciço de Baturité, fica a 63 quilômetros
de Fortaleza. Recebeu este nome por ter sido a primeira cidade brasileira a libertar todos os seus escravos em 1883, cinco ano antes da assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel.

SERVIÇO
Lançamento de “Descobrindo e Construindo Redenção História e Geografia”, às 14h30min, na Unilab. Endereço - Avenida da Abolição, nº 3.

SAIBA MAIS

As datas festejadas por Redenção foram marcantes no processo de libertação dos escravos. Em em 25 de março de 1884, foi abolida a escravidão no Ceará.

Os jangadeiros cearenses também aderiram ao movimento abolicionista. Em janeiro de 1881, eles fecharam o porto de Fortaleza ao embarque de escravos. Os jangadeiros eram liderados por Francisco José do Nascimento, que era conhecido como “Dragão do Mar”.

No dia 1º de janeiro de 1883, a Vila do Acarape, atualmente município Redenção, emancipou seus escravos há menos de um ano da província do Ceará. O povo redencionista guarda na memória o gesto heroico de ter libertado 116 escravos. Assim, Redenção é conhecida como “Rosal da Liberdade”. 

Rita Célia Faheina
ritacelia@opovo.com.br


quarta-feira, 23 de março de 2011

Escolha do Livro Didático de Filosofia para 2012

APRESENTAÇÃO
Está em suas mãos, pela primeira vez na história do Programa Nacional do
Livro Didático (PNLD), o Guia do PNLD 2012 para a área de Filosofa. Este Guia
é o resultado de um longo processo de avaliação, que envolveu diversos atores,
e  tem a  intenção de auxiliá-lo na delicada  e  importante  tarefa de  selecionar
o  livro didático que mais bem  se adapte ao  seu planejamento, à  sua prática
didática em flosofa e ao projeto político-pedagógico de sua escola.
Além  de  conter  as  Resenhas  das  obras  sugeridas  pela  equipe  do  PNLD,
este Guia apresentará algumas  informações sobre o Programa, a equipe do
PNLD 2012 de Filosofa, os processos de avaliação e seleção das obras e a
fcha utilizada para este escopo. Ao fnal da  leitura deste Guia, você  terá as
melhores condições - assim esperamos - para compreender o contexto em que
se dá a escolha de um livro didático e, desta forma, realizá-la de maneira mais
informada e eficaz.

O ENSINO DA FIlOSOFIA NO BRASIL E O LIVRO DIDÁTICO
Desde  1663,  ano  em  que  a  Filosofa  foi  pela  primeira  vez  inserida  nos
currículos  das  escolas  brasileiras  -  tratava-se  então  da  primeira  escola  de
ensino secundário da Companhia de Jesus, na Bahia - a presença da flosofa
na escola brasileira se deu de forma descontínua e frágil.
Mais recentemente, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
9.394/96) incorporou os conhecimentos de flosofa como parte dos conteúdos
a  serem  dominados  pelos  estudantes  ao  longo  do  ensino médio  enquanto
“necessários ao exercício da cidadania”. Em 1999, ano em que são publicados
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio (1999), os
conteúdos de Filosofa mencionados na LDB de 1996 passam a ser mais bem
especifcados:  são aqui  considerados  como de natureza  transversal  e, além
disso, as áreas de Ética e Cidadania, que se encontram no âmbito comum das
Ciências humanas e suas tecnologias, são especialmente enfatizadas.
Ainda que estas  leis e parâmetros constituam um  importante e  recente
avanço no sentido de garantir a presença da flosofa na Educação Básica,
a  comunidade  flosófca  nacional  começou  imediatamente  a  perceber
que  o  caráter  transversal  dos  conteúdos  flosófcos  excluía,  de  fato,  dois protagonistas  essenciais,  sem  os  quais  o  ensino  de  flosofa  não  poderia
acontecer  e  encontrar  seu  lugar  no  interior  da  oferta  didática,  cada  dia
mais ampla e complexa, do currículo do ensino médio: o professor e o livro.
Na prática escolar, de fato, acontecia normalmente que era o professor de
outras disciplinas (“afns”) a desenvolver estes conteúdos transversais; e isso
a partir de uma oferta didática não organizada, isto é sem um livro que o
auxiliasse neste sentido.
Este  ensino  de  flosofa  sem  professor  e  sem  livro  didático,  que,
graças  ao  movimento  da  comunidade  flosófca  brasileira  e  à  sen-
sibilidade  do  poder  público,  conseguiu  reverter-se  com  o  Parecer  
nº 38/2006, que  foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Nacional
de Educação em 7 de  julho de 2006. Com base neste parecer  foi apro-
vada  recentemente a Lei 11.684, assinada pela Presidência da República
em  junho de 2008, que prevê a obrigatoriedade do ensino de flosofa  (e
sociologia) nos  três anos do ensino médio.  Isto signifca que desde o ano
de 2010, concluído o período de  implantação e adequação dos sistemas
de ensino à referida lei, a disciplina de flosofa está fnalmente presente em
todas as escolas.
A dimensão deste processo recentíssimo de introdução da flosofa no ensino
médio brasileiro não é evidente a todos. Com ele, o Brasil passa a ser um dos
países com maior presença do ensino de flosofa na formação geral de seus
educandos: são mais de 9 milhões de alunos por ano a ser expostos à flosofa.
Um número certamente invejável por parte de qualquer país ocidental.
Como  sempre,  a  conquista  deste  espaço  traz  a  responsabilidade  para
qualifcá-lo  e  estruturá-lo  da  forma  mais  adequada  às  necessidades  de
formação  dos  jovens.  Estes  primeiros  anos  de  consolidação  do  ensino  de
flosofa merecem  um  cuidado muito  especial  por  parte  de  todos  os  atores
neste envolvidos. Trata-se aqui, basicamente, de reiniciar a construção de uma
tradição de didática da flosofa e da defnição de um perfl geral de trabalho
que esteja à altura dos desafos de sua história e dimensão atual.
Tanto a formação dos docentes de flosofa, quanto o delineamento do perfl
geral dessa atividade docente e de  seu papel no conjunto da  formação dos
alunos, são objeto de intenso debate na comunidade flosófca nacional. Neste
contexto, onde temos um ensino de flosofa que fnalmente pode contar com um
professor especialista no assunto, volta à tona o outro elemento historicamente
ausente no ensino médio público brasileiro: o livro didático de flosofa.
O  livro didático de flosofa é, de  fato, um elemento que desempenha um
lugar central no debate sobre a identidade do ensino de flosofa. Mais do que
simples suporte ao trabalho docente nos mais diversos contextos e regiões do
país, o livro didático se torna roteiro de trabalho, material de apoio, interlocutor
do docente na sua concepção das práticas de ensino de flosofa. Através dele
o professor debate com os especialistas a atividade de docência em flosofa,
sustenta histórica e teoricamente sua atuação em sala de aula, recebe materiais
de apoio e textos, encontra alternativas de abordagem dos temas e dos roteiros
de cursos.
Mas o livro didático de flosofa torna-se também livro que encontrará, daqui
em diante, seu  lugar nas estantes de grande parte das prateleiras das casas
brasileiras:  ao  lado  dos  outros  livros  didáticos,  será  referência  fundamental
não somente de escolarização, mas de cultura em geral.

A CENTRALIDADE DO PNLD E A DEFINIÇÃO DOS SEUS OBJETIVOS
É nesse  contexto que  se  insere o  livro didático de  flosofa para o  ensino
médio, constituindo-se como mais uma ferramenta de apoio ao desenvolvimento
do processo educativo com vistas a assegurar  tanto o  trabalho com os eixos
cognitivos comuns às áreas do conhecimento, como a articulação entre ciência,
cultura, trabalho e tecnologia nesta etapa da educação básica.
A seleção dos livros didáticos em geral baseia-se no Edital do PNLD 2012,
que  defniu  critérios  que  representam  um  padrão  consensual  mínimo  de
qualidade para as obras didáticas. A avaliação das obras didáticas inscritas no
PNLD 2012 foi realizada considerando tanto critérios comuns a todas as áreas
como critérios específcos para cada área e componente curricular.
A importância desta primeira seleção de livros didáticos de flosofa reside
fundamentalmente  na  falta  de  uma  tradição  anterior  consolidada  de  livros
didáticos da área. Desta  forma, a defnição dos  critérios  específcos para a
área de flosofa contou, de um  lado, com debates  sobre ensino de flosofa
anteriormente existentes, consolidados em documentos da área e nas OCEMs
de  Filosofa,  e,  do  outro,  com  um  conjunto  qualifcado  e  diversifcado  de
docentes e pesquisadores empenhados tanto nestes debates como na própria
prática do ensino de flosofa.

DEFINIÇÃO DE PRINCÍPIOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Para  além  dos  critérios  gerais  do  PNLD  2012,  que  dizem  respeito  à
caracterização do que  seja uma obra didática, os princípios que orientaram
a avaliação dos  livros didáticos de flosofa compartilham com as disciplinas
da área de Ciências Humanas e suas Tecnologias o objeto comum de estudos
FIlOSOFIa 9das “sociedades humanas em suas múltiplas relações”, analisado a partir de
dimensões  flosófcas,  espaciais,  temporais  e  socioculturais. Conceitos  como
relações  sociais, natureza,  cultura,  território, espaço e  tempo  são elementos
estruturadores dessas disciplinas e atuam como corpo conceitual aglutinador
dos  estudos  da  área.  Esses  conceitos  constituem  ferramentas  de  trabalho
para a análise dos contextos sócio-históricos, bem como para a compreensão
das  experiências  pessoais,  familiares  e  sociais  dos  estudantes,  a  partir  da
contribuição específca de cada uma das quatro disciplinas que a compõem:
Filosofa, Geografa, História e Sociologia.
O caráter da componente curricular Filosofa, todavia, exigiu critérios ainda
mais específcos, que constituíram os princípios básicos de avaliação dos livros
didáticos. Tais critérios tiveram como eixo norteador aquilo que denominamos
de História da flosofa. 
Por não  ser um  saber que  tem por marca a  evolução,  como ocorre, por
exemplo,  com  a  área  das  biológicas,  a  flosofa  se  constitui  e  se  alimenta
a  partir  de  sua  própria  história.  Esse  lastro  histórico  estabelece  uma  íntima
relação entre a flosofa e sua história, de modo que, estudar flosofa é fazer,
ao mesmo tempo, História da flosofa. Como os temas e problemas (o bem, o
mal, a verdade, a justiça, o poder etc.) pensados no presente têm por de trás
deles uma longa história, é com o retorno à tradição e a partir dela que novas
respostas podem ser encontradas, que novos conceitos serão criados, que mais
uma página na história desse saber é acrescentada. É essa especifcidade da
flosofa que exigiu critérios que permitissem preservar aquilo que é intrínseco
ao fazer filosófco.
Um cuidado inicial foi o de se assegurar que a obra que conduzirá o aluno
a um primeiro contato com a flosofa, isto é, com sua história, não contivesse
como diretriz geral uma dogmática ou uma visão de mundo marcada por uma
crença de qualquer ordem. Pois, se assim fosse, de imediato, toda a História da
flosofa receberia um juízo de valor a partir de uma determinada perspectiva,
impossibilitando o  contato efetivo do aluno  com a multiplicidade do debate
flosófco.
Para evitar sectarismos, que enclausurariam o pensamento ao  invés de
instigar a uma refexão crítica e criativa, uma sólida formação em História
da flosofa tem papel central, pois ela permite ao aluno entrar em contato
com posições, questionamentos e problemas rigorosamente formulados, que
são, no mais das vezes, por paradoxal que isso possa parecer, confitantes
entre  si.  E  esse  aspecto  paradoxal  da História  da  flosofa  é  de  extrema
importância  para  que  o  aluno  não  encerre  seu  pensamento  numa  jaula
dogmática e aprenda a estruturar bem  seu  raciocínio  independentemente
do objeto em questão.
Para garantir a apresentação dos diversos sistemas de pensamento e das
múltiplas  facetas da flosofa; para  impedir visões monolíticas do  fazer filosófico;  para  poder  confrontar  posições  diferentes  rigorosamente  estrutura-
das sobre um mesmo tema, sem a tomada de posição por uma delas; para
estimular a criação de enunciados rigorosos e críticos a partir do legado da
tradição sobre temas contemporâneos; para incentivar o contato direto com
os  textos flosófcos e com a prática de  leitura, assim como para desenvol-
ver competências comunicativas, os critérios específcos para a componente
curricular  Filosofa  passaram  a  exigir  um material  que  articulasse  temas  e
problemas e que se pautasse por essa íntima ligação entre flosofa e a sua
história.

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO
O processo de avaliação das obras, que obedece em todas as suas etapas ao
Edital do PNLD 2012, inicia-se com a inscrição das obras por parte das Editoras
interessadas em apresentar propostas de livros. O MEC convida as instituições
universitárias  federais e compõe a comissão  técnica que acompanhará  todo
o processo. Os membros das comissões de área e o MEC  realizam diversas
reuniões para tratar da análise das obras e do alinhamento das diversas áreas
aos critérios do Edital.
A coordenação da comissão de Filosofa escolhe a equipe de avaliadores,
constituída  por  professores  do  ensino médio  e  superior  públicos,  todos  eles
com ampla experiência no ensino de flosofa. A equipe se reúne inicialmente
para estudar o Edital e preparar, a partir das  indicações nele contidas, uma
Ficha de Avaliação  (cf. abaixo), que  será utilizada para a avaliação de  cada
uma  das  obras  inscritas  conforme  critérios  técnicos  gerais. A  avaliação  dos
livros  didáticos  e  dos manuais  dos  professores  é  realizada  por  uma  dupla
de  pareceristas. Durante  as  reuniões  fnais  de  consolidação  dos  pareceres,
a equipe discute, compara, argumenta e soluciona os problemas  levantados
pelos pareceristas em suas análises.
Isso signifca que o destino de uma obra no processo de avaliação é resultado,
tanto pela construção conjunta de instrumentos de avaliação, como por amplos
debates que levam à defnição coletiva dos padrões avaliativos.
Em caso de aprovação, é elaborada a Resenha apresentada neste Guia.
Todo  este  processo  pretende  garantir  independência  e  pluralidade:
características  fundamentais de uma avaliação que  se queira democrática e
efcaz na avaliação de livros didáticos que atendam à exigência do ensino de
flosofa no País.

PERFIL DAS OBRAS SELECIONADAS
Para  o  PNLD  2012  foram  inscritos  quinze  livros  didáticos  de  flosofa  e
aprovados  somente  três. O  índice  reduzido  de  aprovação  é  uma  indicação
clara de que o processo de consolidação de uma tradição de livro didático de
flosofa no Brasil encontra-se num estágio bastante inicial.
De forma geral, as obras que não foram aprovadas revelaram inconsistências
no que tange aos critérios específcos para a componente curricular Filosofa. Várias
delas partem de uma visão restrita da flosofa, não apresentando a multiplicidade
do  debate  flosófco,  que  deveria  advir  de  um  bom  trabalho  em  História  da
flosofa. Por tomarem como fo condutor da obra uma perspectiva sectária (por
exemplo:  a  superioridade  da  Idade  Moderna  ou  uma  determinada  corrente
religiosa),  impedem não apenas uma  sólida  formação em História da flosofa,
como se requer numa obra desse caráter, mas também difcultam a formação de
um espírito crítico, já que a multiplicidade de posições flosófcas não é tida como
constituinte da flosofa, mas como equívoco que deve ser apontado.
Outras  obras,  por  negligenciarem  a  íntima  relação  entre  a  flosofa  e
História da Filosofa, resvalam por vezes no senso comum. Ou seja, promovem
uma equiparação entre um pensamento rigorosamente estruturado e a mera
opinião, assim como propagam uma confusão entre uma fala cotidiana e uma
fala  conceitual. Com  isso,  impedem  que  o  aluno  possa  refetir  sobre  o  seu 
contexto de maneira crítica e inovadora.
Várias  outras  obras,  por  sua  vez,  cometem  incontáveis  erros  conceituais.
Apesar de haver uma real possibilidade de  interpretações divergentes de um
mesmo tema de um determinado flósofo, o equívoco conceitual, por falta de
precisão teórica e histórica, fcou – no caso dessas obras - fagrante. Assim como
não é possível apresentar uma fórmula matemática com símbolos trocados, não
é aceitável que uma obra incorra em anacronismos conceituais ou equívocos
na apresentação do pensamento de um autor ou de um período.
Muitas  outras  obras  apresentam  problemas  na  sua  composição.  Falta
de  articulação  entre  as  partes  do  livro;  falta  de  coerência  na  abordagem
teórico-metodológica, levando à inadequação entre o livro do aluno e o livro
do professor; utilização  sistemática  e  indevida de  fontes  sem as necessárias
referências; e demais problemas editoriais.
No  que  diz  respeito  às  obras  aprovadas,  tudo  indica  que  são  trabalhos
consolidados  pela  prática  da  sala  de  aula  e  com  um  longo  período  de
maturação. Sem deixar de se pautar pelas adequações necessárias ao público
a que  se destinam, as obras aprovadas não negligenciam a  íntima  relação
entre a flosofa e a sua história, permitindo assim que o aluno entre em contato
com a estruturação lógica do texto flosófco e que aprenda a construir rigorosa
e  criticamente enunciados e argumentações a partir do  legado da  tradição.
Em suma, apresentam a flosofa em sua multiplicidade, sem dogmatismos ou
proselitismo, propondo uma prática crítica que leve o aluno tomar posição em
meio a um diálogo plural, inclusive nos debates sobre ética.
Essas  obras, malgrado  suas  diferenças  de  ordem  teórico-metodológicas,
permitem que o professor coloque o aluno em contato direto com a flosofa, isto
é, em contato direto com o objeto do conhecimento, de modo que o professor
seja  apenas  um  instrumento  que  possibilita  e  facilita  o  aprendizado.  E  isto
é  feito a partir de estratégias didáticas propostas que dão plena autonomia
ao professor na ordenação dos  conteúdos e estimulam a  construção de um
percurso dentre vários possíveis no ensino da flosofa.
Elas  procuram,  por  extensão,  estimular  uma  refexão  rigorosa,  isto  é,
conceitual, que não necessariamente  se  limite ao  contexto da  flosofa, mas
que possibilite uma autonomia intelectual que leve ao estabelecimento de uma
interlocução com as demais áreas das humanidades, mas também das ciências
e das artes. Com  isso, essas obras aprovadas  visam a uma  formação mais
ampla e cidadã do aluno.
Desse modo, as três obras aprovadas revelam, nas resenhas aqui publicadas,
perfs bastantes diferentes umas das outras. À  leitura atenta das  resenhas, e
de maneira especial das  indicações contidas na seção EM SALA DE AULA, o
professor poderá aliar uma refexão sobre os modos específcos de sua própria
prática docente e as indicações do projeto político-pedagógico de sua escola.
Assim, poderá escolher o  livro que melhor  se ajusta às  suas necessidades e
preferências didáticas.
Sabe-se que não há um livro didático perfeito. Os que aqui se apresentam não
são os melhores livros didáticos de flosofa, em sentido absoluto, e sim aqueles
que, a partir do processo avaliativo acima descrito, resultaram como aqueles que
melhor se ajustam aos critérios de avaliação utilizados no PNLD 2012.
Ao  mesmo  tempo,  a  avaliação  elaborada  pelo  PNLD  2012  torna-
se,  indiretamente,  uma  indicação  do  material  didático  a  ser  elaborado  e
amadurecido ao longo dos próximos anos, para que a comunidade flosófca
nacional  possa  apresentar,  no  imediato  futuro,  um  leque  mais  amplo  de
alternativas de trabalho aos docentes, que melhor se ajustem às suas escolhas
teóricas e metodológicas.
Portanto,  o  propósito  do  PNLD  2012  é,  em  última  análise,  o  de  garantir
qualidade na apresentação do debate flosófco, consolidando defnitivamente sua
identidade e seu lugar no contexto do ensino médio no Brasil contemporâneo.
 

RESENHAS DAS OBRAS
A principal característica da proposta pedagógica da obra está na articulação
dos principais  temas do pensamento  flosófco  com o percurso  histórico  em
que os mesmos estão inscritos. A seleção dos temas é norteada pelo interesse
de desenvolver nos alunos as competências necessárias para a construção do
pensamento autônomo, da capacidade de argumentação crítica e do exercício
da cidadania. Além de uma criteriosa apresentação dos conteúdos, conforme
a proposta pedagógica acima citada, a obra contém uma grande quantidade
de  atividades  diversifcadas  que  visa  consolidar  a  apreensão  conceitual  e
histórica dos conteúdos desenvolvidos, criar e refnar o uso da linguagem oral
e  escrita,  assim  como  articular  o  conteúdo  flosófco  da  obra  nos  contextos
pessoal,  cotidiano e  social do aluno. Percebe-se pela estrutura da obra que
esta dá grande importância ao desenvolvimento da  linguagem na  formação
do aluno.

DESCRIÇÃO
FILOSOFANDO –
INTRODUÇÃO À FIlOSOFIA
28886L2928
Maria Helena Pires Martins
Maria Lúcia de Arruda Aranha
Editora Moderna

Em  sua abertura, o Livro do aluno apresenta  sinteticamente o modo pelo
qual a obra está organizada. Sua estrutura básica  consiste em 37  capítulos
temáticos,  organizados  em  sete  unidades:  (1)  Descobrindo  a  flosofa,  (2)
Antropologia  flosófca,  (3) O  conhecimento,  (4)  Ética,  (5)  Filosofa  política,
(6)  Filosofa  das  ciências  e  (7)  Estética.  A  apresentação  dos  conteúdos,  em
cada  capítulo,  é  intercalada  por  um  conjunto  de  seções  auxiliares:  (A)
“Para  refetir”:  sugestões de  refexão  sobre  temas,  ideias gerais,  conceitos  e
problemas  complementares, muitas  vezes  acompanhadas  por  propostas  de
atividades; (B) “Para saber mais”: informações históricas, defnição de termos,
esclarecimentos  gerais,  etc.;  (C)  “Quem  é?”: Contém  dados  biográficos  de
autores clássicos e atuais; (D) “Glossário”: breves notas de pé de página que
explicam o  signifcado de  termos  e  expressões de uso  comum ou  flosófco;
(E) “Etimologia”: notícias etimológicas, explicações do signifcado dos termos;
(F)  “Leituras  complementares”:  seleção de  textos de autores  clássicos, atuais
e de  comentadores, a maioria de flósofos, mas  também de historiadores e
psicólogos, assim como crônicas e ensaios, acompanhados de questões a serem
respondidas pelos alunos; (G) “Atividades”: Conjunto de atividades no fnal de
cada  capítulo, divididas em  (i)  “Revendo o  capítulo”, em que  são propostas
questões de compreensão, mais ou menos pontuais, sobre o conteúdo do texto;
(ii)  “Aplicando  conceitos”,  em que  são propostas questões mais amplas que
articulam diferentes partes do conteúdo e que relacionam temas e conceitos a
questões gerais, sendo que muitas delas solicitam posicionamento do aluno;
(iii) “Dissertação”, em que são sugeridos temas dissertativos; (iv) “Seminário”,
nos quais são apontados temas para realização de seminários; (v) “Trabalho
em grupo”, em que são feitas sugestões para a realização de pesquisas, textos
e outras formas de produção coletiva; (vi) “Pesquisa e debate”, atividade que
se  assemelha  à  anterior,  embora  com  outra  ênfase;  (vii)  “Painéis”,  em  que
são sugeridos temas para pesquisa e apresentação escrita e oral; (viii) “Caiu
no vestibular”, em que são apresentadas questões dissertativas e de múltipla
escolha  utilizadas  em  provas  de  vestibular. Muitas  das  ilustrações  presentes
na obra também são acompanhadas de atividades de interpretação, refexão
e associação com conceitos e  ideias flosófcas. A associação de  todos esses
elementos resulta em um texto diversifcado que exige a participação ativa do
aluno nas atividades didáticas por meio da  intercalação de blocos de  texto,
imagens, boxes, atividades e citações.
O  Manual  do  Professor  é  composto  por  uma  introdução  e  duas  partes
maiores,  “O  ensino  de  flosofa”  e  “A  obra  na  sala  de  aula”.  A  introdução
informa as linhas gerais do conteúdo do manual e apresenta um breve histórico
da  introdução da flosofa no currículo do ensino médio, destacando alguns
aspectos sociais, políticos e jurídicos envolvidos neste processo. A parte I trata de
temas didáticos ligados ao ensino de flosofa, a saber: (1) “Questões de método
de ensino”; (2) “A flosofa como produto e como processo; (3) “A especifcidade
da  flosofa”;  (4)  “O  desenvolvimento  de  competências”;  (5)  “Suportes  para
leitura e produção de  textos”;  (6)  “A produção flosófca”;  (7)  “A avaliação”;
(8) “Biblioteca pessoal”; (9) “Conclusão”; (10) “Bibliografa sobre o ensino de
flosofa”. Nesse  conjunto de  temas articulam-se, em um  texto  relativamente
coeso, propostas  teórico-metodológicas e didático-pedagógicas,  ideias sobre
a natureza da flosofa relevantes para a defnição de suas formas de ensino,
uma  ampla  gama  de  sugestões  de  leitura  e  produção  de  textos  flosófcos,
discussões sobre como realizar a avaliação em flosofa e sobre o papel do livro
no ensino médio. A parte  II possui duas  seções com propostas de utilização
da obra pelo professor: há sugestões de como utilizar a obra na elaboração
dos  programas  e  na  aplicação  das  atividades,  assim  como  um  completo  e
detalhado texto de apoio às atividades, contendo soluções comentadas e um
importante conjunto de atividades complementares.

ANÁLISE
A principal característica da obra, do ponto de vista de sua metodologia, está
na concatenação da discussão dos grandes temas, ideias e conceitos da flosofa
com o conhecimento que sua história nos oferece do processo de elaboração
dos mesmos. A exposição obedece sempre ao seguinte desenvolvimento: um
tema é proposto como ponto de partida e como unidade de uma discussão
(por  exemplo,  a  razão);  em  seguida,  são  apresentados  autores  que  deram
contribuições  flosófcas  ao  tema  no  curso  da  história.  A  preocupação  em
promover a interlocução entre os conteúdos apresentados e os saberes prévios
dos alunos pode  ser  constatada  na  clareza da  linguagem,  na  utilização do
material iconográfco e em atividades que articulam os conteúdos apresentados
com a experiência concreta dos estudantes. Sob esse aspecto, a obra propicia
que a refexão dos estudantes sobre a realidade social e cultural do presente
que  mobilize  aspectos  signifcativos  legados  pela  tradição  do  pensamento
flosófco ocidental.
As  atividades  fguram  ao  fnal  de  cada  capítulo.  Nelas,  são  propostas
questões de  compreensão do  texto, dedicadas a promover a articulação de
diferentes partes do conteúdo e de temas e conceitos com questões mais gerais.
Muitas  dentre  as  atividades  solicitam  oportunamente  um  posicionamento
pessoal do aluno, assim como o desenvolvimento de sua prática dissertativa.
Várias ilustrações presentes na obra, bem como nos boxes “Para refetir”, são
acompanhadas  de  propostas  de  atividades  de  interpretação  e  refexão  de
práticas  e  ideias  flosófcas. As  atividades  de  grupo  (seminários,  pesquisa  e
debate, painéis) são apresentadas de forma contextualizada, em relação tanto
aos temas gerais quanto aos conteúdos mais específcos dos mesmos, facilitando
assim sua realização. Questões de vestibular são igualmente contempladas.
Os conceitos são apresentados de forma precisa e adequada. O exame dos
temas evita corretamente a forma compartimentalizada: muitos conceitos são
discutidos em mais de um capítulo e sob diferentes perspectivas temáticas e
históricas.
A concepção didática subjacente à obra pauta-se pelo cuidado de apresentar
conceitos,  ideias e doutrinas flosófcas, situando-os no contexto histórico em
que foram produzidos. A obra representa a diversidade das posições flosófcas
e convida o aluno a refetir criticamente sobre as mesmas. Com o intuito de
promover uma prática flosófca que tenha efeitos reais na formação do aluno,
a obra destaca o caráter plural da flosofa, especialmente quando examina
questões éticas difíceis ou polêmicas.
A obra também proporciona uma razoável formação em história da flosofa,
de modo a estabelecer, através desta, um diálogo entre a flosofa e outras áreas
da cultura (especialmente a arte). A exposição da história da flosofa também
é  feita  integrando  elementos  textuais  e  contextuais,  a  saber,  combinando
aspectos da história, da biografa dos autores e da cultura da época, com
uma discussão de sistemas e noções flosófcas apoiada em textos clássicos e
de intérpretes da flosofa. Dessa forma, o aluno recebe um texto didático em
que a filosofa aparece organicamente integrada à sua história, exigindo que
sua aprendizagem dependa do contato direto com os textos clássicos e com
um modo específco de ler e interpretar tais textos. Com tais preocupações em
vista, a obra também é apropriada para desfazer certa opinião comum pela
qual a  flosofa  se  esgotaria no debate  espontâneo de opiniões originadas
no  cotidiano,  sem  alguma  referência  à  tradição  de  campos  de  problemas
que consolidam, há mais de dois milênios, o debate flosófco. Este debate é
apresentado na  forma de  respostas sistemáticas a problemas que afetam e
são afetados por nossa vida concreta,  tanto  individual como coletiva. Com
tal  opção  didático-pedagógica,  a  obra  adota  a  orientação  pedagógica  do
ensino como desenvolvimento de competências sem diminuir a  importância
do ensino de conteúdos.
O  Manual  do  Professor  explicita  os  pressupostos  teórico-metodológicos
que  fundamentam sua proposta de ensino. Tais pressupostos baseiam-se na
concepção de que o ensino de flosofa é  tanto produto, quanto processo de
aprendizagem,  o  que  exige  que  o  professor  desempenhe mais  o  papel  de
mediador do que aquele de mero transmissor de conteúdos. A obra pretende
viabilizar didática e pedagogicamente seus pressupostos teóricos, (a) tornando
a sala de aula um espaço para o pluralismo intelectual, comunicativo e ético;
(b) utilizando os conteúdos flosófcos como ocasião para o desenvolvimento de
competências que permitam que o aluno flosofe por si mesmo; (c) questionando
os problemas do cotidiano com o intuito de, a partir da realidade da sala de
aula, estimular a curiosidade dos alunos; (d) levando o aluno a desenvolver a
disciplina intelectual que o estudo da flosofa exige, e que é necessária para
a  sustentação  argumentativa  de  posições. O Manual  do  Professor  também
apresenta um importante conjunto de atividades complementares juntamente
com  a  solução  comentada  das  atividades  propostas  no  Livro  do  aluno.  Ele
oferece,  ainda,  sugestões  de  diferentes  formas  de  avaliação  e  estimula  o
professor a aprofundar sua formação em flosofa e a compreensão do modo
adequado de ensiná-la, sugerindo referências bibliográfcas de qualidade que
o auxiliam nesse sentido.
O texto está associado, em pontos estratégicos, a um conjunto diversifcado
de  elementos  complementares:  boxes  explicativos,  pinturas,  fotografas,
gravuras, tiras de jornais, desenhos, charges e diagramas.

EM SALA DE AULA
Ainda que a contextualização histórica e social dos conceitos, informações
e procedimentos esteja adequada, o professor notará, em alguns momentos,
que  o  compromisso  da  obra  com  a  história  da  flosofa  termina  por  fazer
sobressair, na apresentação dos problemas, certo teor descritivo. O professor
poderá,  por  vezes,  sentir-se  insufcientemente  subsidiado  na  tarefa  de
examinar  analiticamente  os  textos  flosófcos  apresentados,  para  poder,  por
sua vez, orientar os alunos a enfrentarem o conjunto de questões e atividades
concernentes à compreensão dos conteúdos.
A linguagem, embora muito clara, é exigente na exposição dos conteúdos,
demandando do professor e do estudante a refexão rigorosa própria à flosofa.
Os capítulos sobre lógica merecem especial atenção neste quesito. Quanto à
organização da obra, visto tratar-se de livro único para as três séries do ensino
médio,  sua  boa  utilização  requer,  por  parte  do  professor,  uma  intervenção
destinada a defnir, com precisão didática, a articulação entre suas partes, de
forma a elaborar os programas de cada uma das séries. A maneira pela qual
os capítulos se interconectam na obra exige, assim, que o professor construa
possibilidades de utilização da mesma, atendendo ao contexto educacional em
que se vê inscrito. 

FUNDAMENTOS DE FIlOSOFIA
28895L2928
Gilberto Cotrim
Mirna Fernandes
Editora Saraiva

VISÃO GERAL
A obra propõe múltiplos temas e debates flosófcos, todos apresentados em
linguagem clara, objetiva e acessível. Sua estrutura permite, de certo modo,
tanto uma leitura sequencial das unidades e capítulos, quanto uma diversifcada
e  criativa  priorização  e  hierarquização  dos  conteúdos  a  serem  estudados,
demandando do professor um maior cuidado na seleção, articulação e ensino
do material a ser explorado.
A obra traz um amplo espectro de atividades propostas e uma boa bibliografa
complementar.  Vale-se  de  quantidade  relevante  de  textos  selecionados  de
flósofos, de comentadores e de autores de diversas áreas do conhecimento.
É, em razoável proporção, equilibrada na distribuição dos conteúdos tratados,
oferecendo  ao  leitor  contato  com  alguns  dos  mais  importantes  aspectos
constitutivos da tradição flosófca.
O Manual do Professor, por sua vez, apresenta tópicos introdutórios sobre a f-
losofa e a educação, o ensinar a flosofar, o papel do professor e do livro didático,
além de tratar de temas de natureza didático-pedagógica, como interdisciplinari-
dade e contextualização. Ele traz ainda a proposta da obra, uma visão de conjunto
de sua estrutura, estratégias de uso da obra, sugestões pedagógicas adicionais e
tópicos sobre trabalhos com iconografa, literatura fccional e flmes, assim como
textos complementares e indicações bibliográfcas para o professor.

DESCRIÇÃO
O  livro do aluno é dividido em quatro grandes unidades. A obra se  inicia
por uma “Introdução ao Filosofar” (Unidade 1), composta por quatro capítulos,
que trata de temas essenciais da flosofa, tais como o conceito de felicidade,
o  exercício  flosófco  da  dúvida,  o  diálogo  enquanto método  flosófco  e  a
consciência  enquanto  objeto  flosófco.  Aqui  o  leitor  travará  um  primeiro
contato  com o modo pelo qual a flosofa  se  constrói, a  sua  razão de  ser e
alguns dos princípios metodológicos que a sustentam enquanto uma forma de
pensamento crítico e racional.
A Unidade 2, intitulada “Nós e o Mundo”, abrange outros cinco capítulos.
Neles vemos contemplados alguns aspectos flosófcos relacionados a diversas
visões de mundo, bem como sua relação com o contexto histórico em que se
situa (a metafísica como busca da realidade essencial, primeiras cosmogonias,
as  metafísicas  gregas  clássicas,  noção  de  cosmos,  dissolução  do  cosmos,
monismo, dualismo e pluralismo), o debate entre materialistas e idealistas (o
dualismo  cartesiano,  o materialismo mecanicista,  o  idealismo  absoluto)  e  a
concepção  do mundo  contemporâneo  (reducionismo materialista,  enfoques
não reducionistas, o papel do observador). Nesta unidade, analisa-se também
o  “Ser  humano” a partir de abordagens diversas,  como a antropológica, a
linguística e a gnosiológica.
A  Unidade  3,  cujo  título  é  “A  Filosofa  na  História”  apresenta,  em  seis
capítulos,  importantes problemas, autores e  idéias da flosofa ocidental. Os
capítulos são organizados em sequência histórica, qual seja: dois sobre Filosofa
Antiga, sendo um sobre o período pré-socrático (a passagem do mito ao logos,
mitologia grega, pólis e razão, os pensadores de Mileto, Pitágoras, Heráclito,
a Escola de Eléia, Empédocles, Demócrito) e outro que trata de Sócrates, dos
Sofstas,  de  Platão,  de  Aristóteles  e  das  flosofas  helenísticas  (Epicurismo,
Estoicismo, Pirronismo, Cinismo); um sobre a Filosofa Medieval, destacando
em seus três tópicos a relação entre Filosofa e Cristianismo (fé versus razão),
a Patrística  (Santo Agostinho) e a Escolástica  (Santo Tomás de Aquino); dois
capítulos sobre a Filosofa Moderna sendo que o primeiro aborda a novidade
da ciência moderna e o racionalismo (o Renascimento, Francis Bacon, Galileu,
René Descartes, Espinosa, Pascal) e o segundo, o Empirismo (Hobbes, Locke,
Berkeley, Hume) e o  Iluminismo  (Montesquieu, Voltaire, Diderot, D’Alembert,
Rousseau,  Smith,  Kant)  ;  dois  sobre  a  Filosofa Contemporânea,  sendo  um
dedicado à flosofa no século XIX (a expansão do capitalismo e os novos ideais,
Augusto Comte, o Idealismo Alemão, Karl Marx, Friedrich Nietzsche) e o outro
ao século XX (uma era de incertezas, o Existencialismo de Husserl, Heidegger
e Sartre, a Filosofa Analítica de Russell e Wittgenstein, a Escola de Frankfurt,
com Adorno, Horkheimer, Walter Benjamin, Marcuse e Habermas, e a Filosofa
pós-moderna, com Michel Foucault, Jacques Derrida e Jean Baudrillard).
Na Unidade 4, “Grandes Áreas do Filosofar”, subdividida em quatro capítulos, o
livro passa a considerar a flosofa a partir de uma abordagem fundamentalmente
temática,  trazendo ao  leitor algumas discussões  centrais  sobre ética  (distinção entre moral e ética, a moral e o direito, a moral e a  liberdade, a  liberdade e
a  responsabilidade,  a  ética  na  história,  assim  como  algumas  concepções  de
flosofa moral defendida por flósofos no decorrer dos séculos, por exemplo),
política (conceitos de política, formas de poder, a origem e a função do Estado,
a política na história, entre outras), ciência  (defnição de ciência, objetivos da
ciência, método científco, a transitoriedade das teorias científcas, a ciência na
história, por exemplo) e estética  (a defnição do belo, a experiência do prazer,
interpretações idealistas e empiristas do belo, entre outros tópicos).
Há,  ao  longo  do  livro,  partes  intituladas  “Análise  e  entendimento”,  que
propõem diversos exercícios de compreensão dos conteúdos apresentados, e
outras, denominadas “Conversa flosófca”, que sugerem caminhos alternativos
de refexão crítica sobre os temas debatidos. Ao fnal de cada capitulo o livro
traz  ainda  uma  sessão  de  “Sugestões  de  flmes”,  com  dicas  de  produções
cinematográfcas  de  algum  modo  relacionadas  aos  conteúdos  tratados,  e
tópicos  “Para  pensar”,  que  sugerem  diversos  textos  complementares  para
leitura e novas propostas de exercícios.
Vale notar ainda que ao fnal da Unidade 1 o livro apresenta um “Quadro
sinótico I – Divisão da história da flosofa” e um “Quadro sinótico II – Grandes
áreas  do  flosofar”.  E  que  ao  fnal  da Unidade 4,  o  livro  traz  um  “Quadro
sinótico  III  – Noções  básicas  de  lógica  clássica”,  um  “Índice  de  conceitos  e
nomes” e uma “Bibliografa”.
O livro do professor possui a mesma estrutura do livro do aluno. A diferença
entre eles fca por conta de um “Apêndice” no qual se encontra o “Manual do
Professor” propriamente dito. Este manual possui 96 páginas, compostas por
nove grandes divisões.
O tópico 1 traz a relação Filosofa/Educação (Ensinar a flosofar, Papel do
professor, Papel do livro didático, Interdisciplinaridade e contextualização). O
tópico 2 apresenta a proposta da obra e a sua estrutura compositiva (Estrutura
da obra, Estrutura dos capítulos). O tópico 3 apresenta possíveis estratégias de
uso da obra (Estratégias possíveis) e o 4 traz sugestões pedagógicas adicionais
(Trabalho  interdisciplinar,  Trabalho  com  iconografa,  Trabalho  com  literatura
fccional,  Trabalho  com  flmes).  Encontram-se  ainda,  no  livro  do  professor,
sugestões  para  avaliação  pedagógica  (tópico  5),  textos  complementares
(tópico 6), indicações bibliográfcas para o professor (tópico 7), respostas das
atividades propostas (tópico 8) e bibliografa (tópico 9).

ANÁLISE
No que diz respeito à metodologia de ensino/aprendizagem, a obra valoriza de
modo sufciente a diversidade temática própria da especulação flosófca ocidental,
oferecendo ao aluno uma efetiva possibilidade de contato com um bom número
de  fragmentos  selecionados de  textos  clássicos de flósofos e de  comentadores
relevantes. Note-se, no entanto, que, no que diz respeito à História da Filosofa (tal
como registrada na Unidade 3), a obra exigirá do professor um esforço adicional
de estratégia didática. De fato, por se tratar de um relato um tanto “enciclopédico”
–  no  qual  os  flósofos  e  suas  respectivas  doutrinas  são  elencados  por  ordem
cronológica –, o trabalho com essa Unidade deverá estabelecer diálogo constante
com  conteúdos  temáticos  de  outras  unidades  da  obra,  para  que  o  estudante
produza, de fato, um exercício de refexão flosófca sufcientemente crítico.
A  obra  reproduz  muitas  fontes  iconográfcas,  mas  pouco  as  explora
didaticamente. De  fato,  algumas  delas  dialogam  de  forma  precária  com  a
temática  própria  de  cada  tópico  em  que  estão  inseridas,  exigindo  do  leitor
um exercício de  livre  imaginação, em alguns casos, não pouco  signifcativo.
Também aqui, vale dizer, por isso mesmo, o professor deverá ter um cuidado
adicional, no sentido de relacionar os diversos recursos iconográfcos com os
temas aos quais devem se referir.
A  linguagem usada na construção do  texto-base e dos exercícios propostos
é clara, didática e objetiva. Tal característica contribui para que os estudantes
possam se apropriar dos conteúdos com relativa autonomia e, ao mesmo tempo,
depõe a favor da ideia de que, não obstante a complexidade que lhe caracteriza,
a flosofa é acessível aos que  se esforçam minimamente em  compreendê-la.
Vale dizer, aliás, que a presença de textos de flósofos colabora no oferecimento
de uma justa “tensão” entre a linguagem coloquial do livro e a técnica própria
da fraseologia flosófca, algo com que o aluno deverá lidar com desenvoltura.
O  professor  encontrará  no  Manual  um  útil  instrumento  para  o  uso  da
obra,  com  sugestões  didáticas  sobre  o  que,  como  e  quando  avaliar,  textos
complementares  à  sua  formação  (fragmentos  selecionados  de  textos  que
ilustram  e  enriquecem  os  conteúdos  tratados  no  livro  do  aluno),  respostas
aos exercícios propostos nos diferentes capítulos (sugestões de respostas para
respostas pessoais e  respostas objetivas para questões  igualmente objetivas)
e  indicações bibliográfcas próprias para o professor. Vale dizer, a propósito
das  sugestões  pedagógicas  adicionais,  que  o  livro  propõe  alternativas  para
um  trabalho  interdisciplinar  (como, por  exemplo, projetos de pesquisas que
impliquem no diálogo entre a flosofa e as outras disciplinas ministradas na
escola,  propostas  de  seminários  temáticos  comuns,  exposições  e  discussões
que envolvam outras áreas do conhecimento).

EM SALA DE AULA
Além da necessidade de estabelecer uma mais bem articulada interconexão
entre  elementos  da  História  da  Filosofa  e  os  blocos  temáticos  do  livro,  o
FIlOSOFIa 25professor poderá sentir também a pontual necessidade de complementar com
outras  leituras e materiais os  tópicos que compõem a obra. Chama especial
atenção, a  este propósito, o  ensino de noções de  lógica, que no  livro,  vem
registrado  tão-somente  num  “quadro  sinótico”,  com  pouquíssimo  conteúdo
(técnico ou histórico) relativo ao tema e sem articulação alguma com as demais
temáticas desenvolvidas ao  longo da obra. Em geral, o quadro em questão
(que tem cinco páginas) traz, em sucintas frases e esquemas gerais, uma visão
sobremaneira elementar, não problematizada e precária da lógica (vale dizer,
uma página  importante da especulação flosófca no ocidente e  instrumento
por excelência do pensar).
A  signifcativa quantidade de  textos  clássicos de flosofa  reproduzidos na
obra constitui, por  sua vez, um elemento didático  fundamental. O professor
poderá  explorar amplamente a presença de  tais  textos,  tanto  em atividades
indicadas pela obra quanto em exercícios pensados por ele próprio.

INICIAÇÃO À FILOSOFIA
28898L2928
Marilena Chauí
Editora Ática

VISÃO GERAL
A estrutura da obra cumpre um propósito eminentemente didático. Na sua
primeira metade, ela esclarece os conceitos básicos da flosofa, constituídos
e desenvolvidos ao  longo de sua história, e apresenta o arco das disciplinas
fundamentais da história da flosofa. Já a segunda metade é concebida com o
intuito de fornecer uma explicitação abrangente da intersecção do pensamento
flosófco com diferentes esferas da experiência humana. Em cada um de suas
unidades,  a  obra  procura  apresentar  ao  aluno  uma  refexão  flosófca  que
se  constrói  sistematicamente,  tanto  a  partir  da  referência  à  sua  experiência
cotidiana e sociocultural quanto mediante a reconstituição do desenvolvimento
histórico  de  cada  tema  em  diferentes  perspectivas  e  concepções  flosófcas.
Preservando a precisão conceitual indispensável à flosofa, a obra tem sempre
em vista o vínculo entre os conteúdos flosófcos e a experiência cotidiana do
aluno,  promovendo  a  refexão  crítica  e  apresentando  a  flosofa  como  uma
atividade  racional que dialoga com outros saberes e práticas. Os elementos
gráfcos são bem  inseridos e permitem uma  fecunda exploração didática. O
Manual do Professor, por sua vez, explicita a orientação pedagógica, e oferece
um plano de curso e um roteiro de aula muito úteis para o professor.

DESCRIÇÃO
O  Livro do Aluno  é organizado  em duas partes,  “A atividade  teórica”  e  “A
atividade prática”, cada uma com seis unidades. .A primeira parte inicia-se com
o tema “A flosofa” (Unidade I). Ao delinear preliminarmente a atitude flosófca,
o  signifcado  geral  da  flosofa,  sua  origem,  seus  períodos,  os  campos  da
investigação flosófca ocidental, seu nascimento na Grécia clássica, os principais
períodos  da  história  da  flosofa  e  as  linhas  de  força  do  discurso  flosófco
contemporâneo, a obra não esquece, a cada passo, de vincular os conteúdos aos
elementos vivenciais cotidianos. A Unidade II, “A razão”, discute as modalidades
da atividade racional, a controvérsia em torno do caráter inato dos conceitos e o
signifcado assumido pela atividade racional no debate flosófco contemporâneo.
A Unidade III, “A verdade”, propõe uma discussão sobre o conceito de verdade,
sublinhando sua importância diretiva para a constituição do discurso flosófco
e para a abordagem flosófca do problema do conhecimento. A Unidade IV, “A
lógica”, considera o surgimento da lógica no pensamento clássico grego e propõe
uma sistematização dos elementos da lógica clássica, sempre em íntima relação
com temas paralelos da história da flosofa. A Unidade V, “O conhecimento”,
sustenta uma discussão sobre os elementos constituintes da abordagem flosófca
do  problema  do  conhecimento,  relacionando-o  à  percepção,  à memória,  à
imaginação  e  à  linguagem. A Unidade VI,  “A metafísica”,  conclui  a  primeira
parte  da  obra,  propondo  uma  refexão  sobre  a  história  de  constituição  e  as
motivações do discurso metafísico: a partir de uma abordagem sistemática da
metafísica aristotélica,  investiga como esta última é assimilada e  transformada
em certos contextos do discurso flosófco contemporâneo.
A segunda parte é aberta pela Unidade VII, “A cultura”, e toma como ponto
de  partida  as  impressões  imediatas  sobre  os  objetos  da  cultura,  para  em
seguida discutir o  tratamento flosófco destes. A Unidade VIII, “A experiência
do  sagrado”,  propõe  uma  refexão  abrangente,  balizada  por  elementos
históricos, acerca da experiência religiosa. A Unidade IX, intitulada “As artes”,
propõe uma refexão flosófca sobre a produção artística, relacionando a arte
à religião e aos processos históricos e econômicos, em particular à constituição
do mundo burguês e ao aprimoramento da racionalidade técnica. A Unidade
X,  “A  ética”,  discute  a  especifcidade  de  noções  como  as  de  ética  e moral,
percorrendo suas variações temáticas na flosofa ocidental e refetindo sobre
diversas concepções flosófcas de liberdade. A Unidade XI, “A ciência”, tem por
objetivo delinear uma compreensão do que se constituiria como uma atitude
científca frente ao mundo, apresentando uma investigação da ciência em seu
desenvolvimento histórico e uma refexão sobre a especifcidade das ciências
humanas,  a  partir  do  contexto  cultural  em  que  aparecem,  e  as  tendências
investigativas mais contemporâneas. A Unidade XII, “A política”, conclui a obra
tratando  de  questões  e motivações  gerais  da  flosofa  política. O  itinerário
proposto  promove  uma  caracterização  geral  do  âmbito  político  ancorada
no nascimento das concepções políticas ocidentais na Grécia clássica e uma
discussão comparativa das infexões históricas da flosofa política, bem como
considera os desafos enfrentados pela  cultura democrática  contemporânea,
especialmente a brasileira.
O Livro do Aluno oferece em cada um dos capítulos um conjunto de atividades
propostas  que  compreende:  questões  de  verifcação  da  aprendizagem
do  conteúdo  apresentado,  atividades  de  leitura  e  interpretação  de  textos
complementares  (“Diálogos  flosófcos”)  e  atividades  de  refexão  e  debate
sobre temas e aspectos da cultura contemporânea, sobretudo a brasileira (“A
flosofa nas entrelinhas”). Cada um dos capítulos do Livro do Aluno exibe uma
mesma estrutura, composta por um texto-base, questões para resposta e uma
indicação de flme.
O Manual  do  Professor  está  dividido  em  doze  tópicos  de  caráter  teórico-
metodológico,  que  incluem  a  explicitação  da  orientação  pedagógica  e  dos
objetivos gerais e específcos, um plano de curso e um roteiro de aula, atividades
complementares, uma discussão sobre os procedimentos de avaliação, indicações
de leitura para o aluno e para o professor e uma bibliografa. Além desses tópicos,
o Manual contém as respostas das questões formuladas no Livro do Aluno. As
atividades complementares visam ao aperfeiçoamento da capacidade individual
de interpretação e produção de textos e ao aprofundamento da refexão crítica,
sobretudo através de debate em sala de aula de temas de natureza sociocultural
e ético-política. Com apoio no texto-base, essas atividades estão intrinsecamente
conectadas  tanto com os objetivos gerais quanto com os específcos da obra,
contribuindo diretamente para o seu cumprimento.

ANÁLISE
A  obra  pretende  realizar  três  objetivos  gerais:  (i)  apresentar  os  conceitos
fundamentais da flosofa, em sua origem e desenvolvimento históricos, como
ferramentas de formação de uma atitude flosófca; (ii) contribuir para a refexão
sobre a relação entre concepções flosófcas e vida cotidiana; e (iii) desenvolver
o  pensamento  crítico  sobre  questões  contemporâneas  de  forma  a  capacitar
o aluno ao exercício da solidariedade comunitária e da cidadania social. Em
geral rigoroso e argumentativo, o texto didático prima pela contínua passagem
entre o domínio da refexão sistemática, reconstituído a partir da história dos
conceitos  e  problemas  flosófcos,  e  o  das  vivências  cotidianas  e  culturais,
tornando,  assim,  os  conteúdos  flosófcos  a  princípio  complexos  e  abstratos
em  algo  acessível  aos  alunos,  sem,  para  isso,  incorrer  em  simplifcações
grosseiras.
Quanto ao seu conteúdo teórico-conceitual, a obra apresenta os conceitos
flosófcos de forma contextualizada e precisa. Ela aposta na ideia de que, em
flosofa, a compreensão adequada do signifcado de um conceito é, em geral,
facilitada pelo exercício da capacidade de investi-lo de um sentido concreto a ser
reconhecido na experiência cotidiana, tanto individual como coletiva. .A obra
também consegue evitar a usual e nociva compartimentalização da flosofa e
de seus conceitos. Apesar da densidade conceitual do seu conteúdo, ela não
enseja especialização precoce na área, o que não seria condizente com o ensino
médio. De  fato, os conteúdos, por mais complexos e profundos que possam
ser,  são  sempre  resgatados em  seu  sentido mais próximo da experiência do
aluno. A densidade conceitual da obra justifca-se, sobretudo, pela tentativa de
restituir à flosofa a sua especifcidade como disciplina, tratando, para tanto,
dos conceitos flosófcos de forma a respeitá-los em sua natureza própria.
A concepção flosófca subjacente à obra se caracteriza pelo entendimento
da flosofa como atividade racional de refexão e argumentação, sistemática
na  proposição  e  organização  dos  conceitos,  historicamente  determinada  e
consagrada ao diálogo com outros discursos. Essa concepção é sufcientemente
ampla  e  rigorosa  para  abarcar  diversas  manifestações  do  pensamento
flosófco preservando as características e limites de cada uma. Dessa maneira,
a obra sustenta e promove a flosofa como pensamento crítico, não apenas no
sentido da aptidão para discernir, confrontar e decidir entre as mais diversas
perspectivas e concepções flosófcas, mas também no sentido da capacidade
de refetir sobre a relação entre a própria flosofa e outros saberes e práticas.
Apesar de sucinto na apresentação da proposta pedagógica, o Manual do
Professor explicita e fundamenta com clareza os objetivos gerais e específcos que
se procura cumprir. O Livro do Aluno segue rigorosamente a proposta descrita
no Manual do Professor, demonstrando a validade da proposta pedagógica
por meio de sua execução consistente. Ademais, o Manual do Professor propõe
um cronograma de trabalho para os três anos do Ensino Médio e um roteiro de
aulas que articula os diversos capítulos, ambos bastantes úteis como orientação
ao professor.
Os  conteúdos  gráfcos  (fotografas  jornalísticas  e  artísticas,  reproduções
de quadros clássicos da pintura,  tiras de quadrinhos e esquemas) obedecem
em geral às  funções de  ilustrar  um  conceito ou  fato  referido no  texto-base,
de contribuir para a contextualização de certo conteúdo flosófco e de servir
ao  enunciado  de  alguma  questão  ou  proposta  de  tarefa.  Muitas  vezes  as
legendas  das  ilustrações  trazem  consigo  um  breve  comentário,  que  sugere
uma associação fecunda entre a imagem apresentada e o conteúdo conceitual
a ser explicado.

Considerando-se o uso da obra em sala de aula, pelo grau de profundidade
e sofsticação que a mesma apresenta, o professor deverá atuar decididamente
como  mediador  do  processo  de  aprendizagem  dos  alunos.  Além  de  uma
formação sólida em flosofa para os alunos do ensino médio, a obra estimula um
diálogo profícuo com as outras áreas disciplinares por meio do desenvolvimento
de  temas  transversais. Mais  ainda,  a  obra  contribui,  indiretamente,  para  a
formação continuada do professor, provendo uma variada gama de indicações
para o aprofundamento dos temas e dos percursos didáticos propostos.

Fonte: http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-guia-do-livro-didatico

Sugestão de filmes que geram debate filosófico

Este espaço é para a sugestão de filmes que levantem problemas filosóficos. O primeiro filme que eu indico é recomendado para maiores de 18 anos. O nome do filme é LARANJA MECÂNICA. Direção Stanley Kubrick. 1971.

Sinopse:
Violento, bombástico, arrebatador, sonoro, dançante e assustador. O alucinado Alex (Malcolm McDowell) tem sua própria forma de se divertir. Sempre às custas da tragédia dos outros.
A transformação de Alex de um punk sem moral até um cidadão exemplar doutrinado e sua volta ao estado rebelde, compõe a chocante visão do futuro que Stanley Kubrick elaborou a partir do livro de Anthony Burgess. Às imagens inesquecíveis, a música arrebatadora, e a linguagem fascinante utilizada por Alex e sua gangue, foram moldadas por Kubrick neste conto sobre os caminhos da moralidade. Extremamente controvertido na época de seu lançamento, Laranja Mecânica ganhou os prêmios de Melhor filme e Melhor Direção da Associação dos Críticos de Cinema de Nova York, e recebeu quatro indições ao Oscar, incluindo melhor filme. O poder de sua arte é tamanha que ainda nos atrai, choca e nos mantém presos em seu domínio.

Problemas filosóficos levantados pelo filme:

O que gera a violência na nossa sociedade?

O homem pode fazer tudo o que quer? Se não o que o limita?

Somos livres ou determinados ou condicionados?
 
Fonte: Comunidade no orkut OLIMPIADA DE FILOSOFIA ELIEZER

Convite à Filosofia - baixe e conheça um pouco mais sobre o desenvolvimento do pensamento filosófico

 


Convite à Filosofia 
_______________________________


 Introdução

[01] Para que Filosofia?

Unidade 1: A Filosofia

[02] Capitulo 1: A origem da Filosofia
 
[03] Capítulo 2: O nascimento da Filosofia
 
[04] Capítulo 3: Campos de investigação da Filosofia

[05] Capítulo 4: Principais períodos da história da Filosofia

[06] Capítulo 5: Aspectos da Filosofia contemporânea

Unidade 2: A razão

[07] Capítulo 1: A Razão
 
[08] Capítulo 2: A atividade racional
 
[09] Capítulo 3: A Razão: inata ou adquirida?

[10] Capítulo 4: Os problemas do inatismo e do empirismo

[11] Capítulo 5: A razão na Filosofia contemporânea

Unidade 3: A verdade

[12] Capítulo 1: Ignorância e verdade

[13] Capítulo 2: Buscando a verdade

[14] Capítulo 3: As concepções da verdade

Unidade 4: O conhecimento

[15] Capítulo 1: A preocupação com o conhecimento

[16] Capítulo 2: A percepção Marilena Chauí
[17] Capítulo 3: A memória

[18] Capítulo 4: A imaginação

[19] Capítulo 5: A linguagem

[20] Capítulo 6: O pensamento

[21] Capítulo 7: A consciência pode conhecer tudo?

Unidade 5: A lógica

[22] Capítulo 1: O nascimento da lógica

[23] Capítulo 2: Elementos de lógica

[24] Capítulo 3: A lógica após Aristóteles

[25] Capítulo 4: Lógica e Dialética

Unidade 6: A metafísica

[26] As indagações metafísicas

[27] Capítulo 1: O nascimento da metafísica

[28] Capítulo 2: A metafísica de Aristóteles

[29] Capítulo 3: As aventuras da metafísica

[30] Capítulo 4: A ontologia contemporânea

Unidade 7: As ciências

[31] Capítulo 1: A atitude científica

[32] Capítulo 2: A ciência na História

[33] Capítulo 3: As ciências da Natureza

[34] Capítulo 4: As ciências humanas
 Convite à Filosofia 

[35] Capítulo 5: O ideal científico e a razão instrumental

Unidade 8: O mundo da prática

[36] Capítulo 1: A cultura

[37] Capítulo 2: A experiência do sagrado e a instituição da religião

[38] Capítulo 3: O universo das artes

[39] Capítulo 4: A existência ética

[40] Capítulo 5: A filosofia moral

[41] Capítulo 6: A liberdade

[42] Capítulo 7: A vida política

[43] Capítulo 8: As filosofias políticas 1

[44] Capítulo 9: As filosofias políticas 2

[45] Capítulo 10: A política contra a servidão voluntária

[46] Capítulo 11: A questão democrática

sábado, 19 de março de 2011

Dia Nacional de Ação Voluntária será domingo 20/03, na Fundação Bradesco

Milhares de voluntários desenvolverão diversas ações gratuitas de prestação de serviços à comunidade

Alunos, pais de alunos, professores e funcionários da escola da Fundação Bradesco e da Organização Bradesco, além de pessoas da comunidade que atuam em diversas áreas, realizarão domingo, 20 de março, o Dia Nacional de Ação Voluntária. Serão desenvolvidas atividades gratuitas que deverão proporcionar milhares de atendimentos para os moradores da comunidade em torno da escola da Fundação Bradesco.
Em sua nona edição, o Dia Nacional de Ação Voluntária acontece simultaneamente nas 40 escolas da Fundação Bradesco distribuídas em todos estados brasileiros e Distrito Federal, nos Centros de Inclusão Digital (CIDs) e também em pontos de atendimentos próximos das unidades escolares.
Serão atividades de prestação de serviços ligadas às áreas de saúde, esporte, lazer, cidadania, cultura, educação e pesquisa, meio ambiente e animais, emprego e renda.

Algumas das atividades desenvolvidas:
• exames preventivos de saúde (medição de pressão, diabetes, etc)
• orientação sobre saúde bucal
• palestras sobre riscos do uso de drogas, prevenção de DSTs/Aids
• emissão de documentos (RG, CPF e Carteira Profissional)
• orientação jurídica
• oficinas de artesanato
• corte de cabelo
• mostras artísticas e gincanas, entre outras
Para a Fundação Bradesco, apoiar e incentivar o envolvimento de seus alunos em atividades voluntárias contribui para a formação de cidadãos participantes, sensíveis a questões sociais de sua comunidade. O mesmo acontece para as demais pessoas envolvidas, como parentes dos alunos e profissionais que residem próximos das escolas, que dedicam um dia inteiro para realizar ações que beneficiam, em sua maioria, pessoas carentes.

A Escola de Educação Básica e Profissional Fundação Bradesco foi inaugurada em 9 de abril de 1990 em Jurema, distrito do Município de Caucaia (CE). Sua proposta educacional procura promover o exercício da criatividade, da liderança e da capacidade de intervenção nas relações sociais. Tudo isso com um objetivo muito bem definido: propiciar ao aluno um espaço de formação e informação no qual ele possa desenvolver habilidades e competências na prática profissional e melhorar a sua qualidade de vida.
A escola mantém os cursos de Educação Básica: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, Curso de Educação de Jovens e Adultos, modalidade Suplência do Ensino Fundamental e Médio via Teleducação e Alfabetização de Jovens e Adultos e Educação Profissional Técnica de Nível Médio.

Fonte: www.fb.org.br

quarta-feira, 16 de março de 2011

Dia nacional da poesia 14 de março


O que é poesia
A poesia nasceu na Grécia
Com Homero através da Ilíada e da Odisséia
Hoje ela esta em todos os cantos do mundo
Por meio de sons emoções e ritmos harmônicos

A poesia é tão importante que tem seu dia
E se comemora em 14 de março
Mas não é por mero acaso
Pois é devido ao grande escritor e poeta Castro Alves que é homenageado

A poesia é a arte da linguagem
E expressa sentimento
Faz adoração a alguém ou algo
E pode ser contextualizada e de gênero satírico

A poesia é algo como arte
Recria a realidade
Ela tem vários estilos poéticos
Por isso se torna envolvente e com muita vitalidade

A poesia é algo excepcional
Alem de agradável
Ela te da liberdade de expressão
Através do real e da imaginação

Existem vários tipos de poesias
Algumas falam de amor solidão ou vida
Seja como for o mais importante é que
Todo dia é dia de poesia.

Autora: Ana Amélia Mota

CF 2011.MP4

segunda-feira, 14 de março de 2011

GEF - Grupo de Estudo em Filosofia

A disciplina de Filosofia da EEM Eliézer de Freitas Guimarães sob a responsabilidade do professor Francisco Evando de Sousa criará o GEF - Grupo de Estudo em Filosofia com o objetivo de estimular o pensamento filosófico com os jovens no ambiente escolar. O grupo funcionará no contra turno, ou seja, quem estuda pela manhã virá a tarde e quem estuda a tarde virá pela manhã. Os alunos do turno da noite tem a opção de participar ou pela manhã ou a tarde. O GEF manhã funcionará na quarta-feira, no horário de 10 as 11h. O GEF tarde funcionará na segunda-feira, no horário de 16 as 17h. Os interessados deverão procurar o professor Evando. Os alunos participantes do GEF serão avaliados como nota parcial.

Maiores informações e inscrições:
professorevando@hotmail.com

MONITORIA DE FILOSOFIA

Será implantado a Monitoria de Filosofia em cada turma da EEM Eliézer de Freitas Guimarães.

Quais as atribuições do aluno monitor de filosofia?
- Ter interesse pela Filosofia;
- Conhecer o conteúdo do bimestre em filosofia com o auxílio do professor;
- Ajudar os colegas nas dúvidas durante e após as aulas de filosofia;
- Acessar constantemente o blog para conhecer o texto do bimestre e ajudar os colegas nos comentários;
- Informar aos colegas que faltarem a aula de filosofia, o assunto abordado e qual tarefa foi solicitada pelo professor;
- Na possível falta do professor de filosofia, aplicar a atividade deixada pelo professor e recolher para entregar a ele valendo nota de atividade de NDI;

Quem pode ser monitor de filosofia?
- Qualquer aluno escolhido pela turma que queira ser monitor. Se houver mais de um aluno na turma haverá o processo de escolha pela turma.

O monitor de filosofia ficará isento da ADG?
- Não. O monitor deverá fazer a ADG junto com os demais colegas.

Maiores informações:
professorevando@hotmail.com

Monitores:
1º A
Aglaia Coriny Rodrigues Saraiva
Alexandre da Costa Sousa

1º B
Sâmia da Silva Barbosa
Laylla Portela

1º C
Carina dos Santos

1º D
Lígia Maria Martins de Sousa
Maria Patrícia Andrade da Silva

1º E
Raíssa Gomes
Thiago Martins

1º F
Felipe de Freitas Bastos
Francisco Luciano da Silva Junior

1º G
Larissa Andrade
Bárbara dos Santos

1º H
Bruna Magalhães
Luan Alves

1º I

1º J
Ana Paula
Carlos Augusto

2º A
Winderson Menezes
Déborah Flávia Alves

2º B
Kamila Almeida de Souza
Guilherme Wassen

2º C
Francisca Daniela Lopes de Freitas
Francisco Evanilson da Silva Lima

2º D

Beatriz

2º E
Tiago Laurentino Ricardo
Leidiane Rebouças Nunes

2º F


2º G
Felipe Barbosa

3º A

3º B
Natielly Cristina do N. Oliveira
Victor Hugo Barbosa Maciel

3º C
Germano Moreira
Luana Matos

3º D
Janaina Kelly Oliveira dos Santos
Francisco Aídes Liberato Silva

3º E
Danilo

3º F
Hescarty
Maria Eliana Alves Costa

3º G
Iraneida
Jéssica

domingo, 13 de março de 2011

Votação na Câmara - Escolas poderão ter banda larga até 2013

Reunião no Colégio de Líderes definirá se a proposta entrará na pauta de sessão extraordinária
Brasília Até 2013 todas as escolas brasileiras poderão estar conectadas à internet rápida, da banda larga. O Plenário da Câmara poderá votar, em sessão extraordinária a ser marcada para a próxima terça-feira, o Projeto de Lei 1481/07, do Senado. A prioridade será para as unidades escolares que estão situadas na zona rural.

O projeto permite o uso de recursos do Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (Fust), instituído pela Lei 9.998/00 com o objetivo de proporcionar recursos para cobrir a parcela de custo relativa ao cumprimento das obrigações de universalização de serviços de telecomunicações que não possa ser recuperada com a exploração do serviço.

Ao Ministério das Comunicações cabe a formulação de políticas, as diretrizes gerais e as prioridades que orientarão as aplicações do Fust e definição dos programas, projetos e atividades financiados com recursos do fundo.

O substitutivo, espécie de emenda que altera a proposta em seu conjunto, substancial ou formalmente, é apresentado pelo relator e tem preferência na votação, mas pode ser rejeitado em favor do projeto original da Comissão Especial temporária criada para examinar e dar parecer sobre projetos que envolvam matéria de competência de mais de três comissões de mérito. Em vez de tramitar pelas comissões temáticas, o projeto é analisado apenas pela comissão especial. Se aprovado nessa comissão, segue para o Senado, para o Plenário ou para sanção presidencial, dependendo da tramitação do projeto de Redes Digitais de Informação. O Ministério das Comunicações definirá, anualmente, a parcela dos recursos do fundo que deverá ser aplicada.

De acordo com o presidente da Câmara, Marco Maia, a votação do PL 1481/07 tem acordo entre os partidos, mas a matéria será discutida no Colégio de Líderes antes de ser analisada.

No entanto, sete medidas provisórias e projetos de lei em regime de urgência que não tinham sido votados no prazo de 45 dias da Presidência da República trancam a pauta. Enquanto essas propostas não forem votadas, não pode haver votações em sessões ordinárias, apenas em extraordinárias.

A meta do Ministério da Educação (MEC) é que até dezembro de 2011, 62.864 escolas públicas urbanas de todo o Brasil tenham acesso gratuito à banda larga, cumprindo assim o Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE). De acordo com balanço divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), até dezembro de 2010, 57.586 instituições já estavam conectadas - o que representa 91% de todas as escolas privilegiadas pelo programa.

Escolas beneficiadas
Atualmente, São Paulo é o estado com o maior número de escolas beneficiadas, com 7.099 unidades, seguido por Minas Gerais (6.839), Bahia (5.645), Rio de Janeiro (4.847) e Paraná (3.836). Ao longo de todo ano de 2010, 14.588 instituições federais, estaduais e municipais situadas em zona urbana foram beneficiadas.

O PBLE nasceu em 2008, como parte de uma mudança no Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU) do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), que estabelece obrigações que precisam ser cumpridas pelas concessionárias de telefonia fixa. O programa, desenvolvido em parceria pelo Ministério das Comunicações, MEC, Anatel e operadoras de telefonia é válido até 2025. Até lá, qualquer nova escola que se encaixar nas regras do PBLE receberá banda larga.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=946592

quarta-feira, 9 de março de 2011

O POVO Online - Outras Notícias - Internacional - Papa Bento XVI recomenda que o homem preserve a natureza

O POVO Online - Outras Notícias - Internacional - Papa Bento XVI recomenda que o homem preserve a natureza

Cultura, gênero e etnia

Há muitas definições para a palavra cultura. De um modo geral, fala-se de cultura como um conhecimento a ser adquirido, ou como conhecimento acumulado. Assim, diz-se que uma pessoa é "culta" quando ela é muito bem informada, tem muitos conhecimentos, fez universidade, pós-graduação. Um indivíduo nessas condições, segundo o nosso senso comum, é uma pessoa que "tem" cultura. Para as Ciências Sociais, entretanto, o conceito de cultura tem um significado diferente: é o conjunto de crenças, regras, manifestações artísticas, técnicas, tradições, ensinamentos e costumes produzidos e transmitidos no interior de uma sociedade. A disciplina das Ciências Sociais que mais se dedica ao estudo da cultura é a Antropologia.

Identidade Cultural

Cada sociedade elabora sua própria cultura ao longo da história e recebe a influência de outras culturas. Todas as sociedades, desde as mais simples até as mais complexas, têm sua própria cultura. Não há sociedade sem cultura.
Desde que nasce, um indivíduo é influenciado pelo meio social em que vive. Com exceção do recém-nascido e dos raros indivíduos que foram privados da possibilidade de convivio humano, não há pessoas desprovidas de cultura. Ver a história de Amala e Kamala no texto Construção do Sujeito Moral.
A cultura pode ser definida também como um estilo de vida próprio, um modo de vida particular que todas as sociedades desenvolvem e que carcteriza cada uma delas. Assim, os indivíduos que compartilham a mesma cultura apresentam o que se chama de identidade cultural. É essa identidade cultural que faz com que a pessoa se sinta pertencendo ao grupo, é por meio dela que se desenvolve o sentimento de pertencimento a uma comunidade, a uma sociedade, a uma nação, a uma cultura.
Por exemplo, as comunidades indígenas são realidades culturais diferenciadas em relação à sociedade dita "civilizada". como tal, são capazes de reproduzir regras, valores e estilos próprios de organização. Os indivíduos que pertencem a elas desenvolvem um forte sentimento de identidade cultural. Assim acontece com as comunidades quilombolas, originadas dos escravos fugidos, na época da escravidão no Brasil,  com a organização dos quilombos.
Se fóssemos elencar alguns elementos da identidade cultural brasileira destacaríamos:
- A bandeira brasileira 
- O Hino Nacional brasileiro
- O idioma português (originário do colonizador europeu)
- A miscigenação de raças (branco europeu, negro africano e o indio nativo)

O aspecto material e o não-material da cultura
A cultura material consiste em todo tipo de utensílios produzidos em uma sociedade - ferramentas, instrumentos, máquinas, hábitos alimentares, habitação, etc. - e interfere diretamente em seu estilo de vida.
Por exemplo: um dos alimentos básicos no interior do Nordeste é a farinha de mandioca; muitos nordestinos preferem utilizar redes em vez de camas para dormir; também no interior dessa região, as casas das classess baixas são muitas vezes construídas com barro socado entre hastes de madeira cruzadas (taipa) e cobertura de palha. Forma-se, assim, um modo ou estilo de vida fundamentado na cultura material da região.
Já cultura não-material abrange todos os aspectos morais e intelectuais da sociedade, tais como: normas sociais, religião, costumes, ideologia, ciências, artes, folclore, etc.
Por exemplo, a maior parte da população brasileira segue a religião católica, não há pena de morte em nossa legislação e a miscigenação racial é muito forte, embora persistam manifestações de proconceito e atitudes discriminatórias, principalmente contra os negros. Esses aspectos não materiais de nossa cultura contrastam com o que encontramos, por exemplo, nos Estados Unidos - uma sociedade de maioria protestante, na qual muitos estados  empregam a pena de morte e onde a discriminação racial era oficialmente permitida até a década de 1960, quando, após muita luta, criaram-se leis que impedem as práticas racistas.

Identidade de gênero e diversidade sexual

Existem comportamentos na sociedade que são caracterizados como do gênero masculino ou do feminino. Criança que brinca de boneca é menina e que brinca de bola é menino, embora isso não seja o que define o sexo da pessoa.
A mulher, na sociedade ocidental, tem conseguido sua emancipação em todos os níveis. Ela está presente em todos os setores da sociedade em posição de destaque, gerência e comando. No caso do Brasil, em 2010 os brasileiros elegeram a primeira mulher presidente do Brasil, desde 1889 quando foi proclamada a República.
Mas, a mulher, na sociedade oriental, principalmente de orientação muçulmana, ocupa o papel de submissão ao homem, ao marido e precisa, muitas vezes, se esconder por baixo de uma manta que cobre todo o seu corpo.
Na sociedade contemporânea, em todo o mundo, vivemos uma abertura para a diversidade sexual com a aprovação em alguns países de união civil entre pessoas do mesmo sexo. A palavra de ordem, nesta questão, deve ser de tolerância com a opção sexual das pessoas. 

Multiculturalismo e educação
Por Maria Aparecida da Silva
O texto a seguir aborda um conceito relativamente novo, surgido na Europa e nos Estados Unidos: multiculturalismo. Em princípio, trata-se de uma noção que alarga o espaço da democracia e instaura a tolerância multirracial onde antes havia intolerância, preconceito e discriminação. A autora do texto, porém, chama a atenção para as contradições inerentes ao conceito, já que o multiculturalismo procura celebrar as diferenças entre as etnias e culturas, mas não faz uma crítica sistemática do racismo, da discriminação e do preconceito que estão entranhados no próprio cerne da cultura dominante.
O multiculturalismo está na ordem do dia. Talvez seja uma alternativa para a famigerada "crise de paradigmas", uma saída, dita nova, para velhos problemas sem solução.
A multiplicidade de culturas e etnias tem caracterizado as sociedades modernas. Portanto, a ideia de multiculturalismo é uma resultante desses processos civilizatórios marcados pela heterogeneidade. são características do multiculturalismo: o reconhecimento da filiação de cada indivíduo a um grupo cultural; o destaque à herança cultural de cada um desses grupos, para que os demais possam apreciá-la e respeitá-la; a afirmação da equivalência dos vários grupos étnico-culturais de uma dada sociedade; a postulação (por vias legais ou não) do direito dos grupos sociais manterem sua singularidade cultural; o enaltecimento da diversidade como característica positiva das sociedades modernas.
Na sociedade norte-americana, o multiculturalismo tomou vulto nos últimos dez anos, em resposta às atitudes racistas e xenofóbias dirigidas contra os imigrantes latinos pela população branca dos Estados Unidos. Esses imigrantes buscam o "paraído do Tio Sam" como alternativa às péssimas condições econômicas (desemprego, inflação e baixos salários) dos países de origem.
Na Europa, o problema da diversidade étnico-cultural é mais antigo e complexo. As fortes migrações dos países da África e da Ásia ocorridas nas décadas de 1970 e 1980, motivadas por conflitos étinicos, guerras, perseguição política, fenômenos sociais e físicos (fome, seca), criaram a categoria dos "refugiados".
Pessoas que aportam identidades estranhas aos países nos quais se refugiam, expressam necessidades e exigem direitos das democracias européias. Mais recentemente, no processo de rearranjo do mundo socialista, emergiram no Leste europeu, exigindo direitos, minorias étnicas, linguisticas e religiosas, até então sufocadas pelas culturas dominantes.
Tornou-se necessário então que a educação formal desse respostas aos problemas gerados pela convivência de culturas diversas no mesmo espaço social. Nesse sentido, foram desenvolvidas várias iniciativas de tolerância cultural e enaltecimento da diversidade. Mas o que significa tolerar alguém, ou tolerar outra cultura?
 (Adaptado de: Maria Aparecida da Silva. Multiculturalismo e educação. Educa-Ação n. 7, 26.8.98. Publicação do Núcleo de Estudos Negros de Florianópoles)


Questões para pensar:

1. Explique com suas palavras o que é cultura?

2. Cite quatro elementos da cultura material e não material que o rodeiam neste momento.

3. Diga o que você entende por Identidade Cultural.

4. Além dos elementos citados que compõem a identidade cultural brasileira, quais você acrescentaria?

5. Leia o texto: Multiculturalismo e educação e responda:
a) O que é multiculturalismo?
b) Qual é a diferença entre multiculturalismo e educação anti-racista?
c) Com base no texto e na realidade que presenciamos no dia-a-dia, pode-se dizer que a sociedade brasileira pratica o multiculturalismo? Justifique sua resposta com argumentos tirados do texto.